Nos altos do Sol em brasa,
luz quente, uma águia voa.
Chama-me Fisis, quero viver…
A Madrugada fria gela , e eu
choro…
…pelos mortos, p’los vivos,
pelos que nascem….
E o vento da natureza, outoniza
em cada nova Aurora;
a auto-destruição consuma-se…
…É urgente destruir a autodestruição !
Nos altos do sol em brasa
uma águia-Ícaro cai quente!
É preciso, é urgente…
Não! A chama dura o que durar !
Desapareça a VIDA, se tem de desaparecer!
Desapareça a PAZ, se tem de desaparecer !
Desapareça o AMOR, se tem de desaparer!
Desapareça a Saudade, se tem de desaparecer!
Desapareça a Tristeza, se tem de desaparecer!
Desapareça o ÓDIO, se tem de desaparecer 1
E o verde da natureza, outoniza
em cada nova aurora…
Que virá após o “homo funcionalis”,
depois do “homo sapiens”,
do nietzeniano “super-homem” ???
___ A CORJA, a “super-raça fornicante”,
espirito vago, calcinado, perro.
automatismo, automático, autómatos…
…merda para o àcido sulfúrico,
p’ró AÇO !!!
Coimbra, Jardim das Sereias, 20 de Maio de 1980.
Renato Gomes Pereira in “ poesia incontinente”
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